Segundo o médico veterinário Daniel Espanholeto, especialista em uso correto e seguro do Colmeia Viva, a produção do guia foi baseada na análise Cultivo-Abelha-Praga-Defensivo (CAPD), uma técnica integrante da iniciativa Colmeia Viva Boas Práticas, que deu origem também a um manual completo sobre o tema, igualmente acessível no site oficial do movimento.
“Os materiais foram elaborados para ajudar o agricultor a fazer a gestão mais customizada, e amigável às abelhas, dos defensivos agrícolas”, reforça Rhaissa Michievicy, engenheira agrônoma e analista de uso correto e seguro do Colmeia Viva.
O guia traz ainda um passo a passo didático e acessível a leitores com diferentes perfis, e pode ser acessado pelo link: https://www.colmeiaviva.com.br/wp-content/uploads/2020/05/GuiaAgriculturaAmigalAbelhas-Web.pdf
“Há orientações eficazes sobre como o agricultor pode usufruir de todo o valor transferido à produtividade de cultivos pelo serviço de polinização das abelhas”, exemplifica Espanholeto.
Polinização
Com o guia do Colmeia Viva, o agricultor encontrará toda a relação de cultivos dependentes, beneficiados e não dependentes de polinização. Espanholeto esclarece que o conceito de dependência da polinização é determinado pelo maior ou menor peso da presença de abelhas em relação ao desempenho produtivo de um cultivo.
Já entre as culturas beneficiadas pela polinização, mas não totalmente dependentes, estão várias hortaliças e frutas, além da soja, o principal cultivo do País do ponto de vista econômico. “Nesta relação, a ausência de polinização pode impactar negativamente e resultar em perda de até 40% da produção”, enfatiza Rhaissa Michievicy.
Os porta-vozes do movimento ressaltam ainda que as abelhas podem beneficiar até mesmo as culturas consideradas não dependentes de polinização, inclusive abacaxi, amendoim, batata, feijão, trigo e uva. “Estudos publicados no artigo ‘O valor econômico do serviço de polinização de alguns cultivos brasileiros’, da pesquisadora Tereza Cristina Giannini, mostram que a presença das abelhas transfere ganhos de produtividade de até dez por cento a esses cultivos”. conclui Daniel Espanholeto
“Desenvolvemos uma estratégia com visão de longo prazo, para incentivar a construção de uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. O diálogo entre essas partes é a chave para a proteção dos cultivos e a preservação de abelhas e do meio ambiente”, finaliza Rhaissa Michievicy.