24/11/2021 às 09h58min - Atualizada em 24/11/2021 às 09h58min

Café arábica tem alta de R$180,00/saca em novembro sendo vendido a R$ 1.435,66/saca de 60 kg na média

Porém retorno da La Niña coloca em dúvida a produtividade da próxima safra

Redação com assessoria
CEPEA/Esalq e Epamig
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Os preços do café arábica atravessam mais um mês em forte avanço. De 29 de outubro a 23 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, posto na capital paulista, já teve expressiva alta de 179,39 Reais/saca de 60 kg (ou +14,3%), fechando a R$ 1.435,66/saca de 60 kg nessa terça-feira, 23. Trata-se de um novo patamar máximo nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996. Ressalta-se que, em termos reais, o recorde é de R$ 2.315,55/sc, registrado em 28 de maio de 1997 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI).

Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento está atrelado às altas dos valores externos. Além de preocupações relacionadas ao clima, entraves logísticos enfrentados em todo o globo continuam dificultando a comercialização de café.

No Brasil, começam a aumentar as preocupações quanto ao pegamento das floradas da safra 2022/23. Agentes consultados pelo Cepea indicam que flores vêm sendo abortadas em parte dos cafezais atingidos por geadas e/ou pela seca. 


Com as altas precipitações, ocorridas a partir do início de outubro na região cafeeira e a probabilidade de as chuvas ocorrerem acima da média no início do verão, muitos produtores já iniciaram os tratos culturais para a recuperação do desenvolvimento vegetativo de lavouras que apresentavam alto desfolhamento, bem como para a recuperação do estado nutricional das plantas.

 










Retorno da La Niña e a próxima safra de café 


Com as altas precipitações, ocorridas a partir do início de outubro na região cafeeira e a probabilidade de as chuvas ocorrerem acima da média no início do verão, muitos produtores já iniciaram os tratos culturais para a recuperação do desenvolvimento vegetativo de lavouras que apresentavam alto desfolhamento, bem como para a recuperação do estado nutricional das plantas.

A adubações e pulverizações para repor os nutrientes removidos vêm sendo realizadas com base no resultado da análise de solos que foram coletadas após a colheita sendo que as próximas adubações e pulverizações devem ser baseadas também na análise foliar que deverá ser realizada no mês de dezembro, quando os frutos estiverem no estádio de chumbinho. Esses cuidados com as lavouras têm sido desestimulados pelos altos preços dos insumos além de que muitas foram, e ainda estão sendo, podadas devido ao depauperamento apresentado após a última colheita e ao abortamento de flores e de chumbinhos.


Neste ano, após o início das chuvas ocorreram exuberantes floradas nos cafezais, porém tem sido observado baixíssimo pegamento dos chumbinhos. No período da pré-florada foi registrado período de seca prolongada, calor excessivo, ocorrência de geada, inversão térmica e ataque de pragas e doenças, o que contribuiu para a elevada desfolha das plantas, vindo a afetar o desenvolvimento das estruturas reprodutivas. Na atual safra também tem sido observado, nas lavouras das regiões cafeeiras de Minas, que gemas que deveriam ser reprodutivas se tornaram vegetativas, apresentando elevadas ramificações secundárias nos ramos plagiotrópicos (Figura).


 

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