12/04/2021 às 16h15min - Atualizada em 12/04/2021 às 16h15min

Produtores exigem uma ação efetiva do Governo Federal para enfrentar a situação do leite

Para muitos, falta vontade política para mudar a atual situação do leite no país.

Redação
Os produtores de leite estão diante uma das maiores crises que o setor já enfrentou. Vários são os fatores que contribuíram a situação atual, um deles foi a pandemia do Covid 19 que afetou drasticamente a renda das famílias e por consequência diminuiu o consumo de leite na mesa dos brasileiros.

Além disso, o custo dos insumos alimentares das vacas tem aumentado dia após dia, e na contramão destas altas, o preço do litro de leite pago ao produtor acumula duras quedas.

A relação entre os produtores e as indústrias lácteas tem piorado bastante, segundo informaram, laticínios tem falhado nos prazos de pagamento aos produtores, a alegação para o atraso é justamente o momento do mercado, como informam alguns produtores.

Diante deste cenário, algumas associações têm buscando a meses uma intervenção do Governo Federal na situação. Os representantes dos movimentos Construindo Leite Brasil, Aliança e Ação/Aproleite Goiás, União e Ação e Inconfidência Leiteira, que mobilizam milhares de produtores nas mídias sociais e em grupos de mensagens, têm se reunido com frequência com a ministra Tereza Cristina (Agricultura) e a equipe técnica do Mapa para debater ações emergenciais e um plano nacional de médio e longo prazo e estruturante para o desenvolvimento da cadeia leiteira. 

A expectativa deles era que a ministra pudesse ajudá-los de forma mais efetiva, mas eles dizem que até agora não receberam nenhuma sinalização de alguma medida emergencial para socorrê-los. Reclamam ainda que as suas propostas para o Compete Leite Br – política nacional para o setor que o Mapa está elaborando – enfrentam resistências, ou seja, não estão sendo incluídas no plano. “A ministra tem no dado atenção, mas os problemas seguem sem solução”, diz o produtor Rafael Hermann, de Boa Vista do Cadeado (RS).

Os produtores também estão buscando apoio de deputados federais e senadores, além do apoio dos governadores dos estados a causa do leite. Infelizmente segundo eles, parece haver desinteresse ou falta de vontade política para que as ações emergenciais do Governos sejam portas em prática.

Em uma notícia recentemente divulgada a algumas agências de notícia do seguimento, o produtor Rafael Hermann disse que o momento é extremamente crítico, com muita gente abandonando a atividade leiteira ou vendendo animais para o abate para honrar os compromissos.  Se esta situação persistir, corremos sério risco de ter um forte desmonte da cadeia.

Os produtores lembraram que em 31/07/2020 estiveram reunidos com o presidente Jair Bolsonaro em Bagé-RS, e nessa ocasião entregaram um documento com reivindicações dos produtores de todo Brasil.

Rafael Hermann defende a inclusão de algumas ações emergenciais no próximo Plano Safra. “Depois de todo esse tempo em que estamos fazendo reivindicações, esperamos que pelo menos incluam, no Plano Safra, o financiamento para milho silagem e pastagem, com seguro rural para essas culturas. Também entendemos que recém-lançado crédito para retenção de matrizes precisa ter o prazo alongado de 24 meses para 48 ou 60 meses, com pagamento semestrais e carência.”

“Isso acudiria os produtores de leite neste momento em que, além dos altos custos de produção e da queda do preço do leite ao produtor, também vemos o consumo cair em razão da pandemia, que tirou renda do consumidor e desempregou milhares de pessoas”, continuou.

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Já no primeiro bimestre de 2021, enquanto gastos com os principais itens que compõem os custos da atividade leiteira continuam subindo, os valores pagos pelo leite ao produtor registraram queda intensa.

Isso evidencia que o ano de 2021 deve ser ainda mais desafiador, o que exigirá muita cautela do produtor. E a pressão sobre os custos vem especialmente dos grãos.

Assim, o peso dos alimentos concentrados (a ração, que é composta basicamente por milho e farelo de soja) vem aumentando ainda mais sobre o bolso de pecuaristas, o que certamente resulta em achatamento das margens da atividade.

Nos estados de São Paulo e do Paraná, a média do desembolso com a ração representou 41% da receita do primeiro bimestre, contra 31% no mesmo período do ano passado. Para Minas Gerais e Santa Catarina, em média, 39% da receita vinda com a venda do leite esteve comprometida com a aquisição dos concentrados e, no Rio Grande do Sul e Goiás, cerca de 35% da receita foi destinada à compra de alimentação.

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